Todo mundo precisa de mudanças, todos mudamos, e com o Nestante não é/será diferente.
Estamos preparando esse post a muito tempo, e chegou a hora, perto de completarmos 2anos temos muito a agradecer, muito a festejar, e muito pra viver.
No início, erramos apenas alguns amigos, hoje temos todos vocês, sim até você que esta lendo pela primeira vez.
E eu não vou me prolongar muito;
• fechamos para reforma;
• Voltamos no ano que vem com:
1. Casa nova;
2. Gente nova;
3. Conteúdo novo;
4. Mobilidade;
5. Parcerias;
6. Vida Nova.
Lembrando que continuaremos com novidades, e muito mais na nossa fanpage no www.fb.com/nestante_
domingo, 23 de dezembro de 2012
segunda-feira, 22 de outubro de 2012
A nova Voz
LEIA COM ATENÇÃO
O “The New Voice” é um concurso de música no facebook. O mesmo tem como objetivo revelar e promover os talentos musicais da Igreja Adventista do Sétimo Dia.
Na primeira fase do “The New Voice” o participante terá de enviar um vídeo para o email: thenewvoice.iasd@gmail.com no período de 28/10 a 03/11. O vídeo deverá ser acompanhado das seguintes informações:
Nome:
Idade:
--
Obs: O nestante apenasestá ajudando na divulgação do concurso.
para mais informações: Diego sansi
O “The New Voice” é um concurso de música no facebook. O mesmo tem como objetivo revelar e promover os talentos musicais da Igreja Adventista do Sétimo Dia.
Na primeira fase do “The New Voice” o participante terá de enviar um vídeo para o email: thenewvoice.iasd@gmail.com no período de 28/10 a 03/11. O vídeo deverá ser acompanhado das seguintes informações:
Nome:
Idade:
Cidade/Estado:
Profissão:
Cargo na IASD:
Música escolhida:
Por que você deve ser The New Voice?
Os jurados não verão as pessoas, só ouvirão as vozes. A imagem da pessoa só aparecerá faltando 20 segundos para o término do vídeo. Os jurados terão de escolher antes dos 20 segundos. Se mais de um jurado escolher a mesma pessoa, ela terá a oportunidade de escolher em qual time quer ficar. Se somente um jurado escolher, essa pessoa já estará fazendo parte do seu time. (Igual ao The Voice)
As avaliações dos vídeos serão feitas aos domingos e o resultado de cada semana será postado na segunda-feira. Serão avaliados dez vídeos por semana. Lembrando que teremos cinquenta. E cada jurado formará um time de 8 pessoas.
Na segunda fase os participantes que ficarem enviarão outro vídeo para o mesmo email. Os jurados eliminarão 4 integrantes do seu time, os outros 4 irão diretamente para a semifinal.
A semifinal será duelos. Os jurados escolherão as duplas e as músicas. Cada participante gravará um vídeo cantando a música escolhida na sua voz e enviará para o email. Nós editaremos, sincronizaremos e transformaremos a música em um dueto. Dessa fase só passarão 6, os finalistas.
Os finalistas enviarão o último vídeo e o grupo será a aberto para todos, o ‘povo’ é quem escolherá o(a) melhor e então saberemos quem é The New Voice.
*Todos os vídeos deverão ser enviados para o email: thenewvoice.iasd@gmail.com. Não aceitaremos postagens de vídeos no grupo.
Profissão:
Cargo na IASD:
Música escolhida:
Por que você deve ser The New Voice?
Os jurados não verão as pessoas, só ouvirão as vozes. A imagem da pessoa só aparecerá faltando 20 segundos para o término do vídeo. Os jurados terão de escolher antes dos 20 segundos. Se mais de um jurado escolher a mesma pessoa, ela terá a oportunidade de escolher em qual time quer ficar. Se somente um jurado escolher, essa pessoa já estará fazendo parte do seu time. (Igual ao The Voice)
As avaliações dos vídeos serão feitas aos domingos e o resultado de cada semana será postado na segunda-feira. Serão avaliados dez vídeos por semana. Lembrando que teremos cinquenta. E cada jurado formará um time de 8 pessoas.
Na segunda fase os participantes que ficarem enviarão outro vídeo para o mesmo email. Os jurados eliminarão 4 integrantes do seu time, os outros 4 irão diretamente para a semifinal.
A semifinal será duelos. Os jurados escolherão as duplas e as músicas. Cada participante gravará um vídeo cantando a música escolhida na sua voz e enviará para o email. Nós editaremos, sincronizaremos e transformaremos a música em um dueto. Dessa fase só passarão 6, os finalistas.
Os finalistas enviarão o último vídeo e o grupo será a aberto para todos, o ‘povo’ é quem escolherá o(a) melhor e então saberemos quem é The New Voice.
*Todos os vídeos deverão ser enviados para o email: thenewvoice.iasd@gmail.com. Não aceitaremos postagens de vídeos no grupo.
Obs: O nestante apenasestá ajudando na divulgação do concurso.
para mais informações: Diego sansi
sábado, 15 de setembro de 2012
quinta-feira, 9 de agosto de 2012
quarta-feira, 8 de agosto de 2012
Espera
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2 temporada,
amigos,
CONTO 4 CONTO,
convidados,
Lisy
É hoje! Ao acordar, penso na volta de Carolina. Na minha amada e doce namorada. Pego o anel de noivado que está em cima da escrivaninha e coloco no bolso. Ela com certeza gostará da surpresa.
É hoje! Decidi há uma semana que preciso viajar, tirar minha mente do Pedro. Não é fácil se separar de alguém que trilhou parte do seu caminho. Venho perdendo batalhas diárias no propósito de superá-lo. Passo de carro na frente do novo apartamento dele, mesmo com a minha mente me acusando de traição. As fotos dele estão por todo lado, ainda durmo com a camiseta que ele me deu… Só pode ser masoquismo.
Chego ao aeroporto, o taxista me ajuda a descer as malas. Estou atrasada, corro pra pegar a fila do check in. No meio do caminho, esbarro em alguém e minha bolsa cai no chão, esparramando o conteúdo: óculos, maquiagem, documentos…
Carolina não desembarcou. Esperei ansiosamente para que ela surgisse em meio àqueles que retornavam aos seus amados. Mas não consegui ver nenhuma mecha loira que pertencesse a ela. Não estava na lista de passageiros. Ela poderia ter perdido o vôo, é comum para alguém tão distraída. Apesar disso, fica difícil me conformar.
Recebo uma mensagem, é dela. Me diz que nunca voltará, que encontrou um lugar e um novo amor. Assim, rápido e cortante. Fico imóvel, incapaz de mover um músculo sequer. Somente os olhos piscam, tentam se livrar das lágrimas apressadas. O estojo no bolso parece pesar uma tonelada.
Uma hora depois ainda estou no mesmo lugar. Já não há mais choro, apenas o vazio. Sei da necessidade de continuar a vida e é isso que, finalmente, me leva a sair deste estado de inércia. Estou passando pelas portas.
Alguém esbarra em mim. Uma mulher com cabelos pretos presos e um óculos escuro.
- Perdão, moça, não a vi.
- Eu percebi - diz a moça, recolhendo seus pertences. Ajudo com algo, minha mente longe dali.
Seu passaporte está aberto, a uns poucos metros. Me levanto e vou pegá-lo. Vejo seu nome.
- Seu nome…
- Algum problema com o nome "Carolina"?
- Não, nenhum - respondo, hipnotizado.
- Ok, obrigada, adeus.
Sina, destino, alguns crentes podem até dizer que são os astros. Vejo a linda moça partir, mas um calor bom passou pelo meu peito rapidamente. Adeus, Carolina!
-----XX-----
Agradecimentos:
À equipe do Nestante, pelo convite e pelo apoio.
Ao meu amigo Isaque Rodrigues, por acreditar em mim e nos meus textos.
À minha amiga Andréia Andrade, por oferecer material de pesquisa.
À todos os leitores que acompanharam os relatos destes dois personagens. Obrigada!
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Divulgação/Facebook |
Lisy Muncinelli é:
“Jornalista de alma, fotógrafa em aprendizagem.
Escritora por vocação.”
você encontra ela no:
**Lisy é convidada para a segunda temporada de CONTO 4 CONTO.
sexta-feira, 27 de julho de 2012
A amiga folgada e o vestido cor-de-rosa
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#AmigosNestante,
amigos,
convidados,
Diego
Anita e Paloma são amigas de infância. Paloma desde o início da amizade é a folgada da história. Sempre pegou CDs, roupas, livros da Anita e nunca devolveu. Todos os dias a folgada vai à casa da amiga e não vai embora sem levar algo. O cômodo da casa da Anita que a Paloma mais gosta é o quarto da amiga quando entra lá revira tudo, abre o guarda-roupa, olha as roupas, os sapatos, as bolsas, maquiagem... Anita nunca demonstrou raiva, mas por dentro reprova esses atos da amiga folgada.
Num certo dia a Anita recebeu um convite para ir ao aniversário de uma colega de faculdade, neste mesmo dia a Paloma resolveu passar o dia com ela. A hora do aniversário se aproximava e nada da folgada ir embora. Para completar a Paloma pediu pra a amiga ligar para a aniversariante e perguntar se poderia levá-la à festa. Anita fez o que a amiga pediu e a resposta da aniversariante foi sim. Mas a Paloma não estava com roupa adequada para ao aniversário, logo um modelito emprestado à amiga, até aí tudo bem. O pior foi que ela escolheu o vestido cor-de-rosa que a Anita havia separado para vestir.
Paloma – Já escolhi a roupa. Vou com esse!
Anita – Esse não!
Paloma – Por que não?
Anita – Porque esse eu vou usar.
Paloma – Mas amiga ele não combina com você.
Anita – An?
Paloma – Rosa não combina com você e esse modelo de vestido é desproporcional para o seu corpo. Pronto falei.
Anita - :O
Depois de insistir muito a folgada conseguiu convencer a amiga a não usar o vestido rosa e ela quem usou. E até hoje ainda não devolveu. Isso já aconteceu com você?
**Durante esse mês, todas as sextas eu estarei compartilhando com vocês alguns casos inusitados e engraçados baseados em fatos sobre amigos folgados. Serão três histórias em que você, leitor do nestante poderá apresentar soluções para ajudar os amigos a se livrarem desses folgados. Aguardo a sua participação e vamos rir juntos afinal, o que não pode faltar numa amizade mesmo sendo folgada é o humor.**
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![](https://fbcdn-sphotos-a.akamaihd.net/hphotos-ak-prn1/561390_339079956168679_266776189_n.jpg)
Diego Sansi, dezenove anos, adventista do sétimo dia, compositor, designer, estudante de publicidade e propaganda. Um cara pensador, discreto, crítico e indireto. Apaixonado por fotografias “encontro na fotografia a forma mais simples de me expressar”. Usuário assíduo das redes sociais, possui: facebook , twitter e tumblr
quarta-feira, 25 de julho de 2012
Desconexo
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#AmigosNestante,
2 temporada,
CONTO 4 CONTO,
convidados,
Lisy
Não sei para quem redijo esta carta. Com certeza não será pra você, Pedro. Não me sinto mais a vontade para partilhar o que se passa dentro de mim. Talvez ficará inacabada, talvez será esquecida no fundo da gaveta, o que sei é que preciso colocar meus pensamentos em palavras, vírgulas e pontos.
Meus dias tem sido escuros, assombrados pelas lembranças. Me sinto desconexa, não sinto mais o fio que me ligava a você. O que sobra é me reinventar, desviar do caminho que estava percorrendo, remanejar. Vou lá fora respirar ar puro, andar um pouco, ver o que o mundo percorreu enquanto eu estava me preocupando contigo. Talvez eu encontre cor nas azaléias, canto nos pássaros e sonhos pelo caminho. Mas vou me livrar do fantasma da nossa relação.
Ah se vou!
Ass. Carolina
Faz cinco meses que você partiu, Carolina. Cinco é o número de cartas que eu te enviei; recebi apenas duas, monossilábicas. Não sei se é a falta de tempo ou a falta de interesse que te impede de escrever mais. Prefiro ficar na ignorância.
Semana que vem você chega. Meu coração bate no ritmo do samba, aquele de raiz, criado na roda miúda pelos experientes moços de cabelos brancos. Velhice essa que possivelmente nunca chegaremos a experimentar, meu coração quase anseia por um romance shakespeariano. Você já reclamou comigo várias vezes por causa desse meu anseio dramático. Acredito que seja apenas reação ao meu imenso apreço pela arte.
Me fiz desconexo, sem querer. Perdão.
Epílogo: O que importa é ver seu rosto tão belo, não mais apenas em meus sonhos…
Ass. Pedro
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Lisy Muncinelli é:
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quarta-feira, 18 de julho de 2012
Breguices e Carinhos
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2 temporada,
amigos,
CONTO 4 CONTO,
Lisy
O que será que foi, Pedro? Não sei o que mais me atrai em você. Será os olhos, escuros e profundos, que ainda guardam o brilho da juventude? Talvez seja o jeito como movimenta as mãos enquanto fala, rápido e empolgado, acompanhando o fluxo do pensamento. A maneira como você arruma o cabelo sempre do mesmo jeito nos últimos dez anos? Pode ter sido a quantidade e qualidade absurda de assuntos abordados em uma única conversa. Ou o seu caminhar, lento e despreocupado, que contradiz com a velocidade do mundo moderno.
Não sei o que me fez apaixonar por você. Você pegava na minha mão e me levava pra comer um cachorro-quente. Reclamávamos da falta de dinheiro e você me prometia que isso mudaria. Apostávamos quem conseguia fazer mais cócegas no outro. Eu dirigia seu carro e ria da sua cara de preocupado.Susurros no ouvido me deixavam arrepiada. Nos beijávamos debaixo de chuva, os pingos correndo por nossos rostos. Você me dava caixas de bombons e eu reclamava que você não me ajudava com a dieta. Caminhávamos pela praia e olhávamos para as marcas que nossos pés faziam. Ouvíamos canções românticas e você me dizia que queria casar comigo.
Não sei quando percebi que te amava. Você me deixava louca quando largava a toalha molhada em cima dos lençóis. Dormíamos de conchinha, meu pé congelando sua perna. Me surpreendia com um buquê de gérberas e café da manhã na cama. Você chegava do trabalho e eu fazia massagem. Na quarta, você ligava a televisão e assistia futebol e eu não podia atrapalhar. Discutíamos sobre filosofias e você sempre me dizia uma teoria que eu desconhecia. O primeiro apartamento foi comprado com meu dinheiro, mas você queria dar sua opinião na decoração. Você preparava o jantar e eu colocava um jazz para tocar. As contas eram esquecidas e várias vezes cortaram a energia. Deixávamos de sair com os amigos pra ter uma noite de filme e pipoca. Você dizia que eu te sufocava.
O que será que foi, Pedro? Te perder dói.
Epílogo: Pode vir pegar o resto das suas coisas na terça.
Ass. C
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sexta-feira, 13 de julho de 2012
O folgado “corta clima”
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convidados,
Dani,
Diego,
sexta-feira
O nosso primeiro caso vem de Guarulhos/SP. Ricardo é um jovem muito atarefado (trabalho, faculdade, autoescola...) e não tem tempo de curtir a esposa. Quando pintou uma folga ele preparou uma noite especial para o seu amor. Ele se arrumou todo, colocou a melhor roupa e o perfume mais cheiroso. Providenciou o melhor cardápio para o jantar, depois de tudo pronto eles jantam, conversam um pouco, comem a sobremesa e vão assistir um filme. De repente, no meio do clima super quente, a campainha toca (dlin don/bizzz/lálálá... como quiserem). O clima é cortado e ele sai correndo para atender a porta. Aí, a surpresa. – Pô, cara por que a porta não estava aberta? O amigo folgado! Ricardo respira fundo e pergunta: O que você está fazendo aqui? – Que pergunta mais besta. Vim fazer companhia a vocês onde está a “Carlinha”? (esposa do Ricardo) O folgado de nome André foi direto pra cozinha e viu a mesa com o restante do jantar. – Quer dizer que vocês fazem jantar especial e nem me convidam, né? Muito obrigado pela consideração. Senta na cadeira e começa a devorar toda sobra do jantar. Enquanto isso o Ricardo observa tudo calado. Quando o André termina de comer vai direto à geladeira, abre e come o último chocolate que a Carla tinha guardado para um ataque de vontade de comer doces. Caminha até a sala e senta ao lado da esposa do amigo que está assistindo tv. – Este filme está muito chato. Pega o controle e muda de canal. Carla corre para o quarto sem aguentar. – Já vai dormir “Carlinha”? O folgado pergunta. A resposta dela é o silêncio e um bico. – Já sei deve estar cansada né? Sua cara não nega. (cara de pau) Sem ter mais o que fazer Ricardo senta ao lado do amigo folgado e assiste junto com ele.
Agora é com vocês. O que o Ricardo deve fazer para se livrar desse encosto? _
**Durante esse mês, todas as sextas eu estarei compartilhando com vocês alguns casos inusitados e engraçados baseados em fatos sobre amigos folgados. Serão três histórias em que você, leitor do nestante poderá apresentar soluções para ajudar os amigos a se livrarem desses folgados. Aguardo a sua participação e vamos rir juntos afinal, o que não pode faltar numa amizade mesmo sendo folgada é o humor.**
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Diego Sansi, dezenove anos, adventista do sétimo dia, compositor, designer, estudante de publicidade e propaganda. Um cara pensador, discreto, crítico e indireto. Apaixonado por fotografias “encontro na fotografia a forma mais simples de me expressar”. Usuário assíduo das redes sociais, possui: facebook , twitter e tumblr
** Diego é o convidado e amigo de Dani para a web-serie AMIGOS EM AÇÃO.
que acontece as sextas-feiras**
Agora é com vocês. O que o Ricardo deve fazer para se livrar desse encosto? _
**Durante esse mês, todas as sextas eu estarei compartilhando com vocês alguns casos inusitados e engraçados baseados em fatos sobre amigos folgados. Serão três histórias em que você, leitor do nestante poderá apresentar soluções para ajudar os amigos a se livrarem desses folgados. Aguardo a sua participação e vamos rir juntos afinal, o que não pode faltar numa amizade mesmo sendo folgada é o humor.**
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Diego Sansi, dezenove anos, adventista do sétimo dia, compositor, designer, estudante de publicidade e propaganda. Um cara pensador, discreto, crítico e indireto. Apaixonado por fotografias “encontro na fotografia a forma mais simples de me expressar”. Usuário assíduo das redes sociais, possui: facebook , twitter e tumblr
** Diego é o convidado e amigo de Dani para a web-serie AMIGOS EM AÇÃO.
que acontece as sextas-feiras**
quarta-feira, 11 de julho de 2012
Alô e Adeus
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amigos,
CONTO 4 CONTO,
Lisy
Eu
gosto de aeroportos. Digo isto porque é algo que você provavelmente nunca
notou, nós sempre fomos breves em nossas despedidas. Algumas vezes já me peguei
sentado em uma mesa observando as pessoas entrarem e saírem dos portões, enquanto
tomo café. É um hábito que me ajuda bastante a passar o tempo, Carolina.
Já
vi empresário de maleta e notebook, figuras solitárias e cheias de pressa. Pare
eles, tempo é dinheiro, por isso mantém o celular no ouvido e o dedo no teclado
enquanto esperam a chamada para o vôo. Essas pessoas desperdiçam o tempo com o
que não é tão importante, Carolina.
Vi
também a moça nova, seus dezoito anos, com malas grandes e pais chorosos a
tiracolo. Está empolgada para morar em outra cidade: a idéia de independência
bate a porta, mas não diz quem realmente é. Por enquanto o gosto ainda é do
mais saboroso mel. Muitas vezes, pessoas esperam algo de seus sonhos, porém
descobrem uma realidade diferente, já parou para pensar nisso, Carolina?
Observo
agora a mãe de uma família de quatro crianças se dirigir ao portão de embarque.
Não consigo descobrir o que fará quando chegar ao seu destino, mas ouço a
promessa de pequenos presentes para cada um dos pimpolhos. O pai dribla um e
outro para dar um abraço na esposa. Ela finalmente entrega a passagem e entra.
As vezes penso se um dia chegaremos a formar uma família, Carolina.
As
despedidas me tomam mais tempo, mas não esqueço das chegadas. São pequenas
bolhas de alegria que estouram a cada passageiro que aparece. Abraços apertados,
choros e gritinhos chegam aos meus ouvidos. São tantas perguntas feitas que o
viajante não consegue se concentrar em apenas uma. Todos querem levar a mala,
ficam espiando a procura de algum presente. Prometo que separo para a sua volta
aquele doce de coco que você tanto gosta, pode ser Carolina?
Volto
para o carro, mas ainda consigo ver o avião levantando vôo e seguindo seu rumo,
levando um mar de preocupações, sonhos e saudades. Queria eu que ele também
levasse a saudade que sinto de ti, Carolina.
Epílogo:
Você deve estar se perguntando por que escrevi uma carta e não um e-mail. Pode
chamar de saudosismo, eu tenho gosto pela letra escrita pelo próprio punho. Não
espero que me escreva do mesmo jeito, mas faça do jeito que achar melhor.
Ass.
P.
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Lisy Muncinelli é:
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Escritora por vocação.”
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sexta-feira, 6 de julho de 2012
Amigo em ação
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amigos,
Dani,
sexta-feira
Amigo é o nome que se dá a um indivíduo que mantém um relacionamento de afeto, consideração e respeito por outra pessoa. Para denominar uma pessoa de amigo, não necessariamente os indivíduos precisam se conhecer há muito tempo, muitas amizades começam repentinamente e ganham importância por diversos motivos. Amigo é aquela pessoa que se confia acima de qualquer coisa, que está SEMPRE disposto a AJUDAR, seja em situações boas ou ruins.
Vamos deixar de lado as palavrinhas quadradas e vamos nos apegar ao conceito prático de amigo. Ser amigo é ter a cara de pau pra falar que você é ou estar feio; É dividir o último biscoito do pacote – an? – pelo contrário; Fazer você passar vergonha em público; Pedir pra você pagar a conta; Tornar você um escoro pra se encostar; Dá peteleco na orelha sabendo que você odeia isso; Levar penetras para o seu aniversário; Se apaixonar pela mesma pessoa e abrir mão do amor pela amizade. (isso é forte!); Chorar/rir junto com você; Ajudar a conquistar a pessoa que você ama; Roubar um sorriso seu quando você não está pra rir; Abrir a sua geladeira sem autorização; Aparecer nas horas inesperadas; Reclamar da comida da sua mãe... Ser amigo é tudo isso e mais um pouco, ou melhor, mais um muito em um só post não dá pra dizer tudo.
As nossas listas de amigos são quilométricas e separadas por tipos cada um no seu quadrado. Amigo inteligente, chato, fiel, moderno, palhaço, metido, guloso, mentiroso, tagarela, preguiçoso, ah e não podemos esquecer o amigo que sempre está presente nas listas, o folgado.
Durante esse mês, todas as sextas eu estarei compartilhando com vocês alguns casos inusitados e engraçados baseados em fatos sobre amigos folgados. Serão três histórias em que você, leitor do nestante poderá apresentar soluções para ajudar os amigos a se livrarem desses folgados. Aguardo a sua participação e vamos rir juntos afinal, o que não pode faltar numa amizade mesmo sendo folgada é o humor.
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Diego Sansi, dezenove anos, adventista do sétimo dia, compositor, designer, estudante de publicidade e propaganda. Um cara pensador, discreto, crítico e indireto. Apaixonado por fotografias “encontro na fotografia a forma mais simples de me expressar”. Usuário assíduo das redes sociais, possui: facebook , twitter e tumblr
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** Diego é o convidado e amigo de Dani para a web-serie AMIGOS EM AÇÃO.
que acontece as sextas-feiras**
quinta-feira, 28 de junho de 2012
Meio
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CONTO 4 CONTO,
Dani,
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quinta-feira,
Stefano Manzolli,
Twitter
vitória dobra as folhas e joga-as longe. não, não pode ler mais do que
já leu. nem ao menos chorar mais por um amor que não é o seu. os olhos inundam
as bochechas de lágrimas. ela sofre sinceramente por um amor que não é seu. e
sofre, principalmente, por não ser seu, mais do que por ser um amor. fere saber
que os românticos não foram extintos e, mesmo assim, não lhe aparecem no
caminho. não lhe mandam uma carta dizendo para esperar a eternidade e nem selar
com um beijo cheio de saudade do cheiro de fruta que tem em seu corpo. ela não
tem cheiro de fruta, é verdade. mas também não tem ninguém que lhe cheire a
nuca e diga que gosta. não tem. simplesmente espera cartas que não chegariam
nunca, porque não encontrou quem as mandasse. ou encontrou e, quando menos esperava,
foi embora. ela não sabe cultivar um amor. não sabe regar, não sabe dar tempo e
espaço para criar raízes. então, chorando as lágrimas que não eram para ser
suas, percebe que sua fé na vida é vontade de encontrar alguém para amar - um
amor que sabota sempre e continuamente, reabastecendo a fé com a desilusão.
rasga o envelope de olhos fechados. não quer saber o
nome, não pode ter certeza de que a carta não é para ela. a carta poderia ser
de tereza e quem lhe escreveu fo o homem da fotografia antiga. se não tivesse
rasgado, saberia em qual mesa deveria ter ido parar a correspondência, mas que
acidentalmente tornou-se a sua. deu sorte que, desde o cabeçalho, os nomes
foram trocados por apelidos carinhosos no diminutivo. sente-se amorzinho,
queridinha, maçãzinha. faz-se vocativo. apronta o quarto interno do coração
para o sentimento novo que chegou. afofa a cama, ajeita o tapete. e espera.
troca a roupa, limpa a maquiagem, suspira altiva. e espera - de novo. não se
cansa e não perde a força.
marcos pinta freneticamente. não quer perder nem
sequer um detalhe da imagem que guarda na memória. o vermelho vivo parece
esfumaçado - quando visto nas pálpebras. mais escuro, parece sangue. parece
vivo e, por isso mesmo, real. tem vontade de beber. e já não sabe mais se a
vontade é de abocanhar como uma fruta ou sorver como um licor. não sabe. será
que embriaga? pensa. delira. gira no quarto com a palheta na mão e a mistura
entre as matrizes. cria cores que não será capaz de reproduzir. e por quê?
porque esse é um quadro único. é sua obra-prima. sua avó choraria vendo-o. seu
pai se orgulharia. é tão intenso que parece ser dotado de forças vitais. não
faz rascunho. não precisa. tem vontade de pintar as paredes, o chão, o céu.
tingir as folhas das árvores de vermelho! o mundo vermelho, uma grande e
suculenta maçã. viveria como um desses bichos que comem o fruto inteirinho por
dentro e deixam a polpa podre. a cor viva - mesmo assim. viveria imerso,
afogado no suco agridoce da maçã. alguém que acredita no amor, diria que ele
sofre de paixão. assim, devastadora, à primeira vista. paixão: com todas as
letras e no aumentativo preciso do tamanho desacerbado de seu sentimento. e a
cor? escarlate. vermelho. rouge. sempre. sente vontade de abrir a porta,
atravessar a rua correndo, bater à porta do outro lado e implorar.
abrir o coração sempre cheio de amarguras e
cicatrizes. e deixar plantar algo de lindo e novo. mas não abre a porta. não
gira a chave. não corre pela rua. não se move. estanca a pincelada. o quadro
vai virar artigo de luxo na próxima feira. seu pai não vem ver. sua avó não vem
ver. algum dia, alguém numa sala bem decorada, vai olhar para o quadro e
perguntar sobre o pintor. mas a dona não saberá nada a respeito. comprou na
feira, assim: a preço de nada. quase de graça. um quadro expressivo, assim com
pinceladas tão fortes e grossas de vermelho. tons tão diferentes. e esse mesmo
alguém, inspirado pela arte, vai compor um série imensa de quadros chamada fogo
e vai vender na europa. mas marcos nunca saberá, porque não sai de casa. não
sai do quarto. não enfrenta a vida. viveria um grande amor, mas acaba em uma
pintura fria.
mas isso é só o meio da história, tudo é sempre um
meio. temos fins e começos, mas que se trançam em tantas outras histórias - que
já existem no mundo e estão pela metade - que acabam se tornando meios.
caminhos. fios de uma única manta, rezas de um único mantra. e, então, quando
achamos que encerra-se um ciclo, um outro se inicia. não vivemos em círculos,
mas em espirais. dando voltas e voltas - vez ou outra temos breves pausas para
não enjoar. mas gira-se. move-se sempre. como se a vida fosse um trilho e nós,
sentados no carrinho de montanha-russa, aproveitássemos o passeio cheio dos
seus loopings. existem sempre infinitas histórias que poderiam vir-a-ser, mas
que não são, porque um pouco antes de acontecerem, alguém desvia de caminho,
alguém evita, troca, estende. e toda mudança gera novas possibilidades, altera
os fatores das probabilidades todas. não há laço que não amarre outro fio. sempre
assim, o tempo inteiro.
e tereza, que já perdeu um amor, contempla de sua
janela outro ser desfeito - antes mesmo de começar - e sorri desconsolada por
causa disso. sente o peito apertar. por quê? não sabe. mas sente, aprendeu a
ser sensível desde pequena, quando o pai foi embora e nunca mais voltou.
aprendeu a buscar amor em outros braços. aprendeu a por a mesa e fingir que, na
verdade, é só uma vontade de deixar tudo arrumado. faz chá de maçã, por causa
da árvore que tinha no quintal. aprendeu doendo a ser sensível à beleza. e ter
paz. sempre que reflete sobre a própria vida, gosta da epifania que tem quando
percebe que é de paz a essência que lhe infla. faz silêncio. a mão sobre o
braço desnudo está meio fria por causa do vento que sopra fino, parece cócegas.
antes de virar-se para pegar uma blusa, ora por alguém que nem imagina o nome.
só ora. e observa. e espera - por um fim que seja começo e meio ao mesmo tempo.
o sol poente tem cor de maçã.
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Stefano Manzolli, dezenove anos, adventista do sétimo dia, escritor de blog, desenhista de moleskine, estudante de letras. um grande aprendiz da vida que não domina muito bem a arte, mas que tenta melhorar com o tempo. aprendeu a ser grato a Deus e não sabe mais viver sem redes sociais: tem tumblr, web-book, twitter e facebook . gosta de conhecer e experimentar o mundo através dos outros e das coisas que escreve.
**Manzolli é o convidado e amigo de Dani para a web-serie CONTO 4 CONTO.
ela acontece as quintas-feiras!**
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quinta-feira, 21 de junho de 2012
maçãs
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tereza, naquela manhã, pouco antes de se colocar ao pé da janela para esperar, mas logo em seguida a terminar de escovar seus dentes depois do almoço, retirou uma foto da gaveta. poderia ser preto e branco, talvez bem tirada, num estúdio, como essas todas que avós costumam guardar para lembrar dos parentes que já morreram faz um tempo. mas aquela foto não era boa, de jeito nenhum. era uma foto feia: tirada na praia, contra a luz, um pouco tremida. o homem, de sunga azul claro e chapéu de palha, fazia graça pra câmera. algo como uma careta com o corpo todo retorcido. os óculos de sol parecem tombar do rosto magro e, por causa do movimento, há uma nuvem de areia circundando tudo isso. é uma foto estranha, porque quem tirou provavelmente ria e, assim, deixou cortar um pedaço da cabeça e desenquadrar o corpo do meio do papel. mas, no fundo, por causa de tudo isso é uma foto linda. não é de estúdio, não é pensada: é uma foto. é um fragmento de vida, é um desses sorrisos sinceros que, de tão largos, deixam o rosto meio deformado: o nariz desce meio adunco, as orelhas correm pra trás, as bochechas se enrrugam, os olhos meio fechados. e essa estranha combinação é a beleza do sorriso. é a beleza que existe em quem é alegre. tereza passa um dos dedos enrugados sobre a feição, como se pudesse tocá-lo, parece que está triste e feliz ao mesmo tempo. diz um amém baixo, quase sem força. e então põe-se na janela. a brisa em seus ombros. olha pra baixo, percorre todas as pessoas que estão na rua com seus olhos atentos e tem sua atenção chamada por uma menina de vermelho. por um carteiro que lhe entrega uma carta. ah, como queria que fosse ela! tem vontade de tomar chá para acalmar a alma. chá de maçã.
uma carta para mim? sim, você não estava esperando? vitória pensou em mentir, dizer que não, nunca espero cartas. não, nunca abro a caixa de correio. oh, como estou surpresa. espero, moço, foi o que disse por fim, espero sempre e nem sei o porquê. espero uma carta que não sei da onde vem e nem por que vem. espero todos os dias que uma vinda, na verdade, um regresso, um hiato na estrada de alguém que seja aqui: na minha caixa de correios. espero que alguém se importe e me mande dizer, via papel e tinta, que sente minha falta. eu espero. e talvez a partir de hoje eu não precise mais. o carteiro deu uma risada - era dessas pessoas que sabem apreciar a poesia da vida quando ela surge assim, do nada, no meio de uma entrega pelos lábios vermelhos de uma menina vermelha numa manhã de sol. quem é que mandou? pergunta um pouco para si mesma, um pouco para o rapaz. bernardo mandou - respondeu quase ao mesmo tempo, ele com a certeza de que ela o conheceria, ela com a dúvida de que o nome nunca lhe passou nos lábios. agradece a carta, ele cumprimenta-a uma última vez abaixando o rosto, revelando o topo azul do chapéu amarelo. vitória senta-se à mesa, o envelope colorido em mãos - as quais formigam levemente. é nervosismo, ela sabe. ela não quer abrir, ela não pode abrir. porque não é para ela. com certeza não. mas também não tem coragem de virar o envelope e ver o nome do remetente. tateia vagarosamente e percebe que a carta é grossa, pelo visto é longa: de alguém que tem muito para falar. aos poucos, como se fosse um ritual sagrado, rasga a lateral do papel, tomando cuidado para não rasgar a carta, nem sequer uma beirada. faz isso com precisão cirúrgica e coração de apaixonado - que treme quando se vê diante do fragmento de quem ama. sonha que, talvez, bernardo lhe ame. assim às escondidas. mas ela não sabe quem ele é. com certeza, não. e a quebra da sua expectativa, então, é saber de quem bernardo fala e como é que fala. e porque fala. espera que seja uma carta de amor. espera amar um amor que não é dela, mas lhe chegou nas mãos.
marcos fica observando-a do momento em que pega a carta nas mãos. em que fala uma porção de coisas bem alto para o carteiro - que não entende, mas balança a cabeça compreensivo. vê quando gesticula tanto com as mãos que parece, na verdade, estar dançando com um parceiro imaginário. é bonita. de todo, assim de longe. como uma formiga vermelha. parece uma maçã, ele pensa e, por causa disso mesmo, tem vontade de mordê-la para sentir o sabor. e ter o suco escorrendo pelos lábios. para saber a cor que esconde por dentro, debaixo do casaco - ou seria sua pele? - vermelho. observa-a hipnotizado, seus passos, como tateia vagarosamente a carta, com o maior respeito. quem é que lhe mandou? não sabe. não há como se saber se não descer as escadas do prédio, bater em sua porta e perguntar. mas tem vergonha de fazer isso, tem vergonha do amor. tem vergonha de sentir amor, de querer amor, assim facinho. dado de graça por causa de uma carta, um casaco vermelho, um quadro inacabado e meia dúzia de rascunhos jogados pela janela como se fosse uma chuva de papel picado. tem medo de sorrir, mesmo que agora sinta uma vontade imensa. sim, precisa de um sorriso, precisa gritar espere, menina! mas não grita. não se move, fica e nesse ato de ficar, decide pintá-la. acha melhor pintá-la de costas, sem olhos, sem mãos. sem esses signos todos que lhe perturbam em quadro de gente. não quer ter a aflição do piscar ausente e nem os lábios que não gritam e não falam e não se mexem. quer deixar assim de costas e morrer de uma tentação maluca de cutucar-lhe o ombro e esperar que vire. também não vira e, por causa disso mesmo, maçãzeia-se cada vez mais. um fruto maduro esperando a mordida do descobrimento. mistura dois tons de vermelho diferentes e começa com pinceladas fartas.
vitória abre a carta. evita as primeiras linhas, vai direto para a terceira página. bernardo diz que não aguenta mais a saudade das maçãs. das tortas de maçã, do chá de maçã, do cheiro da maçã - porque a pele dela, que ele tem tanta vontade de beijar de novo, tem cheiro de maçã. um cheiro gostoso de manhã nova, sempre e sempre. dela quem? vitória não quer saber. prefere não saber, porque é uma carta de amor que poderia ser pra ela. discretamente cheira-se, mas tem perfume de mel, por causa do creme. não é poético o seu cheiro. não é poética a sua vida e espera que um dia, quem sabe, uma carta venha lhe tirar da monotonia. e essa carta chegou - mesmo que não lhe seja endereçada.
tem chá de maçã no bule, tem cor de maçã no pincel, tem cheiro de maçã na vida, e três janelas abertas se olhando, se desejando. às vezes é preciso fender o fruto para viver um amor eterno, mesmo que não seja o seu. da distância da espera por algo que não virá ao seu encontro é preciso gerar uma força de correr em busca do que se esconde. era um bairro esse no meio de uma vila comum. Cheio de histórias incríveis.
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Stefano Manzolli, dezenove anos, adventista do sétimo dia, escritor de blog, desenhista de moleskine, estudante de letras. um grande aprendiz da vida que não domina muito bem a arte, mas que tenta melhorar com o tempo. aprendeu a ser grato a Deus e não sabe mais viver sem redes sociais: tem tumblr, web-book, twitter e facebook . gosta de conhecer e experimentar o mundo através dos outros e das coisas que escreve.
**Manzolli é o convidado e amigo de Dani para a web-serie CONTO 4 CONTO.
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quinta-feira, 14 de junho de 2012
marcos.
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marcos desenha maçãs. e mãos. mas principalmente maçãs e outras
frutas que ele não gosta de comer. nunca gostou - a maioria nem sequer provou. acha
estranho o fato de morder alguma coisa que fica fendida do lado de fora da
boca. as poucas frutas que come são pequenas: às vezes uvas; às vezes morangos.
mas acha morangos azedos e, sabe-se lá o porquê, acha a vida também azeda. e
por isso evita ambos: morangos e viver. gosta de sorvete, mas nunca viu um
quadro de sorvete. nas aulas de pintura, durante a faculdade, aprendeu a pintar
cestas de frutas. e a reclamar. reclamar muito e tudo. ele é amargo, como os
morangos que evita.
hoje desenha maçãs, que gosta de comer quando picadas. está fazendo uma série de quadros, conseguiu uma galeria, pela primeira vez, para expor os seus trabalhos. faz quatro anos que pinta e faz oito que frequenta a feira livre e vende para madames - que compram frutas de verdade e de tinta. não sabe se comem ou se enfeitam as salas com toda aquela tralha. mas ele não se importa em ser jogado no lixo, desde que tenha dinheiro para comprar mais tinta e pagar as contas. não sobra quase nada, mas ele mora com um amigo - que trabalha numa dessas empresas grandes que pagam por hora. ganha bem, paga a maior parte do aluguel. os dois se conhecem desde pequenos, dizem que são quase irmãos. e marcos aceita a irmandade e explora quando o dinheiro acaba. não é por mal, mas é por necessidade mesmo. nem sempre querem comprar frutas de mentira, nem sempre vende muito. às vezes, quando chega no final do mês, olha para as coisas que tem que pagar e ei, jorge! será que você pode me ajudar esse mês? a grana a grana tá curta - jorge completa. já conhece o discurso, nem responde, nem tenta lhe dizer para fazer algo decente da vida mais. não diz mais nada. aceita e paga. é por amor de irmão que faz isso. sente-se mais velho - mesmo sendo mais novo que marcos - mas sente-se em posição de protegê-lo
hoje desenha maçãs, que gosta de comer quando picadas. está fazendo uma série de quadros, conseguiu uma galeria, pela primeira vez, para expor os seus trabalhos. faz quatro anos que pinta e faz oito que frequenta a feira livre e vende para madames - que compram frutas de verdade e de tinta. não sabe se comem ou se enfeitam as salas com toda aquela tralha. mas ele não se importa em ser jogado no lixo, desde que tenha dinheiro para comprar mais tinta e pagar as contas. não sobra quase nada, mas ele mora com um amigo - que trabalha numa dessas empresas grandes que pagam por hora. ganha bem, paga a maior parte do aluguel. os dois se conhecem desde pequenos, dizem que são quase irmãos. e marcos aceita a irmandade e explora quando o dinheiro acaba. não é por mal, mas é por necessidade mesmo. nem sempre querem comprar frutas de mentira, nem sempre vende muito. às vezes, quando chega no final do mês, olha para as coisas que tem que pagar e ei, jorge! será que você pode me ajudar esse mês? a grana a grana tá curta - jorge completa. já conhece o discurso, nem responde, nem tenta lhe dizer para fazer algo decente da vida mais. não diz mais nada. aceita e paga. é por amor de irmão que faz isso. sente-se mais velho - mesmo sendo mais novo que marcos - mas sente-se em posição de protegê-lo
e, por isso, marcos tem certa vergonha dele. não gosta de pintar quando está perto. tem um bloqueio. teme o que jorge pensa da sua vida, o quanto lhe acha um perdedor, um frustrado. estudou artes por quatro anos para afrontar o pai, que não lhe viu formar: morreu de tragédia, mas não comenta nada sobre isso nunca. é por isso, jorge disse uma vez para uns amigos num bar, que não pinta pessoas. é um medo de reproduzir a vida e eterniza-la de certa forma. se pintasse um olhar distante e de ressaca, por mais que os anos passassem e a tinta se apagasse um pouco por causa de uma falta de cuidado crônica, continuaria assim: distante e de ressaca. e a expectativa de que, um dia, pisque, lhe amedronta. não consegue frequentar salas com rostos de gente, os olhos abertos sempre. muitos olhos, todos olhos. quantos olhos existem no mundo? muitos, menos os de seu pai. acorda suado e afogado quando sonha com o pai e levanta-se, no meio da noite, como hoje, tranca-se no quarto e pinta. hoje pinta maçãs, porque só se acalmou quando lembrou do cheiro da apfelstrudel de sua avó - na saudade, sentiu paz. sempre assim: preso ao passado, amarrado, tentando se desculpar ou, ao menos, provar que fizera a escolha certa.
desenhou maçãs a manhã inteira. não voltou a dormir. almoçou fazendo rascunhos, não conseguiria descansar em paz enquanto sentisse o cheiro de torta. é a primeira vez que pintará pensando na avó. achou que, enfim, seria uma boa homenagem a ela. ela que terminou de bancar seus estudos, mas ele tem uma relação estranha com as memórias dela. toca-as somente às vezes como se fossem sagradas, um altar que só pode visitar em dias muito especiais. faz uma reverência, por isso a maçã deve ser perfeita. mas não consegue. nunca acha que a maçã está boa, sempre encontra defeito, esquece. joga os desenhos pela janela, num momento de raiva. já é quarta, sábado e domingo tem feira, precisa vender, porque o final do mês está chegando e tem vergonha do jorge. de pedir de novo que ele pague a net, que ele pague a luz, que ele sustente seu sonho. toda vez que jorge paga a conta, no fundo, marcos se lembra de seu pai lhe mandando fazer outra coisa. mas finge que não é por isso. finge que é por não gostar de explorá-lo - apesar de gostar.
ele finge um monte de coisas, por exemplo, não se importar com o fim de seus quadros. finge que não está morrendo de felicidade pela galeria que lhe pediu para expor. finge que é triste, na verdade. finge que acha morangos azedos, finge que acha a vida azeda, tudo por que, um dia, jogou a vida bonita que tinha no lixo. seguiu um caminho errado e acha que, por isso, tem que ser triste sempre. tem que sofrer. tem que comer morangos como se fosse remédio. tem que desenhar frutas e contar quantos pares de olhos estão andando pelas ruas. a aflição que pisquem. espera ansioso que pisquem. precisa que pisquem, porque essa é a sua esperança de que estão vivos e não pintados numa parede da vida.
gosta da vida, no fundo. e gosta muito. mesmo que dissimule, morre de vontade de viver. e é dessa vontade que, depois de jogar os desenhos pela janela, olha para baixo para vê-los tocar o chão. mas não, esquece os papéis quando para os olhos numa moça recebendo uma carta. tem vontade de pintá-la. ela usa vermelho, parece uma maçã.
uma maçã perfeita.
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Stefano Manzolli, dezenove anos, adventista do sétimo dia, escritor de blog, desenhista de moleskine, estudante de letras. um grande aprendiz da vida que não domina muito bem a arte, mas que tenta melhorar com o tempo. aprendeu a ser grato a Deus e não sabe mais viver sem redes sociais: tem tumblr, web-book, twitter e facebook . gosta de conhecer e experimentar o mundo através dos outros e das coisas que escreve.
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